Nubank planeja contratar dois mil negros até 2025

As contratações fazem parte do plano da empresa em garantir, em cinco anos, um ambiente de trabalho com ao menos 30% de funcionários negros e ao menos 22% pessoas pretas ou pardas em cargos de gerência. Hoje, 23% dos atuais funcionários e 18% dos gerentes se autodeclaram pretos ou pardos.

Dentre as duas mil contratações, mais de 500 serão destinadas ao time de engenharia, pelo menos 150 para vagas de analistas de negócios e mais de 250 para posições de gerentes de produto, designers e cientistas de dados.

Nos próximos cinco anos, a empresa estima que o time de recrutamento e os gerentes das diferentes áreas analisarão, em média, 2 mil currículos de candidatos autodeclarados pretos e pardos por semana. De acordo com levantamento interno do próprio banco, em 2017, 19% das contratações eram de pessoas autodeclaradas pardas ou pretas. Em 2020, esse número foi de 27%. A expectativa é que 30% de todos os funcionários contratados até o final de 2021 sejam negros. Em 2025, a expectativa é chegar a 37%.

Além dos números em relação à diversidade racial, o levantamento indica que 56% dos gerentes são de grupos sub-representados na tecnologia e serviços financeiros, considerando raça, gênero, orientação sexual e pessoas com deficiência (PcD). Do total de funcionários, 41% são mulheres; e 26% se declaram como LGBTQIA+.

“Ainda temos muito trabalho a fazer, mas ficamos felizes em concluir esse diagnóstico para conseguir planejar melhor as próximas etapas e ter um norte na formação de um time cada vez mais diverso e inclusivo”, afirma Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank. “O censo não é apenas para mensurar, mas também para dar transparência a todo o processo agora e para os próximos anos”.

Medida foi resposta à polêmica envolvendo o Nubank ano passado

A realização deste censo organizacional faz parte do plano de ação divulgado pelo Nubank em novembro do ano passado, com medidas internas e externas. O plano foi uma reação à repercussão de uma frase dita pela cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, em uma entrevista ao programa Roda Viva.

Na carta, os cofundadores do banco afirmavam que “nas últimas semanas, tivemos a oportunidade de refletir sobre o quanto precisamos não só aprender, mas também agir para combater as barreiras impostas pelo racismo estrutural”.

 

Recrutamento voltado a desenvolvedores pretos e pardos

Nesta semana, o Nubank anunciou a abertura de inscrições para um programa de recrutamento de pessoas que se identificam como pretos e pardos, focado em interessados em fazer parte da equipe de engenharia de software da companhia.  Chamado de “Nós Codamos”, o evento virtual vai acontecer nos dias 05 e 06 de março e já tem mais de 1,2 mil pessoas inscritas. Os interessados podem se inscrever até sexta-feira (12) na página de carreiras do Nubank.

A empresa também abriu no fim do ano passado uma plataforma exclusiva para pessoas autodeclaradas pretas e pardas se candidatarem. Em três meses, mais de 15 mil pessoas se inscreveram na plataforma. Somando com as vagas abertas no Nubank no período, foram 23 mil cadastros de pessoas autodeclaradas negras. Os processos seletivos estão em andamento e até o momento mais de 900 pessoas já foram chamadas para a fase de entrevistas.

Além disso, o time de diversidade e inclusão, 100% dedicado à atração, seleção e desenvolvimento de grupos sub-representados, dobrou de tamanho e tem ainda nove vagas abertas. O time era composto por quatro pessoas, hoje são nove e o objetivo é chegar a dezoito em breve.

O plano de ações do Nubank prevê, ainda, a criação de  um centro de engenharia de software, design e experiência do cliente, o “NuLab”, em Salvador; a inclusão de critérios de diversidade na avaliação e seleção de fornecedores durante o processo de compras; um fundo de capital semente para investir em startups brasileiras fundadas ou lideradas por pessoas negras; cursos de formação educacional voltado para negros e negras socialmente excluídos; entre outras ações.

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